Nottingham Guardian - Número de mulheres mortas em presídio de Honduras sobe para 46

Número de mulheres mortas em presídio de Honduras sobe para 46
Número de mulheres mortas em presídio de Honduras sobe para 46 / foto: Orlando SIERRA - AFP

Número de mulheres mortas em presídio de Honduras sobe para 46

O número de mulheres mortas após o confronto de gangues em um presídio de Honduras subiu para 46, enquanto os corpos começaram a ser entregues a suas famílias, informaram fontes do Ministério Público.

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"Quarenta e seis é o número total de corpos que chegaram à Medicina Forense", disse o porta-voz do Ministério Público, Yuri Mora, que explicou que é preciso aguardar os exames de identificação para verificar se todas as vítimas são detentas.

A porta-voz da Direção de Medicina Forense, Issa Alvarado, informou que "há 23 corpos identificados com nomes e sobrenomes e foram entregues aos familiares".

O confronto entre gangues rivais aconteceu na terça-feira (20) no Centro Feminino de Adaptação Social (Cefas) em Támara, 25 quilômetros ao norte de Tegucigalpa.

Segundo as autoridades, detentas da gangue Bairro 18 invadiram o prédio onde estão suas rivais da Mara Salvatrucha (MS-13), disparando com arma de alto calibre, e depois atearam fogo.

"O módulo está completamente destruído, foi totalmente queimado", disse a presidente da associação de familiares de pessoas privadas de liberdade, Delma Ordoñez.

Os corpos começaram a chegar ao Necrotério Judicial de Tegucigalpa na terça-feira à tarde.

Durante toda a noite, familiares se reuniram nos arredores do necrotério em busca de informações, muitos sem saber se suas parentes estavam entre as vítimas. A entrega dos corpos começou na madrugada, segundo Alvarado.

"Espera-se que seja um processo rápido para dar uma resposta imediata aos familiares", afirmou a porta-voz à AFP.

Ela indicou que a Medicina Forense tem uma sala de necropsias com capacidade para 15 macas, e cinco equipes de médicos trabalham de forma simultânea.

No "processo", o corpo que dá entrada é etiquetado com um número de necropsia, e então são feitos raios-x e exames laboratoriais para a elaboração de um parecer que é entregue ao Ministério Público.

Os médicos determinam as causas da morte de cada pessoa, porque houve "disparos de armas de fogo, armas brancas, pessoas carbonizadas", acrescentou.

O Cefas abrigava cerca de 900 detentas.

- "Emergência" -

A presidente de Honduras, Xiomara Castro, disse no Twitter que está "abalada" com o "monstruoso assassinato de mulheres (...) planejado por gangues" e "à vista" das autoridades de Segurança. Ela anunciou "medidas drásticas" após o incidente e, à noite, demitiu o ministro da Segurança.

A vice-ministra de Segurança, Julissa Villanueva, declarou "emergência" no presídio e autorizou "a intervenção imediata com acompanhamento de bombeiros, policiais e militares", escreveu no Twitter.

Villanueva foi nomeada para o cargo depois que confrontos em quatro presídios deixaram um morto e sete feridos em abril.

A vice-ministra anunciou então um plano para controlar os 26 presídios do país, ocupados por cerca de 20 mil detentos. O plano inclui "desarmamento real por meio de buscas manuais e eletrônicas permanentes" e "bloqueio total do sinal telefônico" para evitar que os reclusos continuem cometendo crimes dentro das cadeias.

M.Sullivanv--NG