Nottingham Guardian - Conselho de Direitos Humanos da ONU condena queima de exemplares do Alcorão

Conselho de Direitos Humanos da ONU condena queima de exemplares do Alcorão
Conselho de Direitos Humanos da ONU condena queima de exemplares do Alcorão / foto: Rizwan Tabassum - AFP

Conselho de Direitos Humanos da ONU condena queima de exemplares do Alcorão

O Conselho de Direitos Humanos da ONU adotou, nesta quarta-feira (12), uma resolução condenando a queima de exemplares do Alcorão e outros atos de ódio religioso, embora vários países, como a Costa Rica, tenham advertido que o texto invade a liberdade de expressão.

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A resolução foi adotada após um debate urgente solicitado pelo Paquistão em nome de vários países da Organização de Cooperação Islâmica (OIC) após a queima de um Alcorão na Suécia.

O texto foi aprovado por 28 dos 47 membros deste conselho, incluindo China, Ucrânia e a maioria dos países africanos. Sete membros se abstiveram, e 12 votaram contra, incluindo França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e Costa Rica.

O texto inclui a condenação de "qualquer apologia e manifestação de ódio religioso, incluindo atos recentes, públicos e premeditados, que dessacralizaram o Alcorão", assim como um apelo aos países para que adotem leis que lhes permitam levar à Justiça os responsáveis por esses atos.

O embaixador do Paquistão, Khalil Hashmi, disse se tratar de um texto equilibrado que não aponta para ninguém em particular, mas vários países - a maioria ocidental - manifestaram sua oposição às leis contra a blasfêmia, ao mesmo tempo em que condenaram energicamente a queima do Alcorão na Suécia.

Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido pediram que se votasse contra a resolução.

"Lamentamos ter que votar contra este texto desequilibrado, mas ele está em contradição com as posições que adotamos por muito tempo sobre a liberdade de expressão", afirmou a embaixadora dos Estados Unidos, Michele Taylor.

Alguns países latino-americanos se abstiveram, entre eles México e Honduras, argumentando, assim como os países ocidentais, que teria levado mais tempo para negociar e chegar a um consenso sobre um novo texto.

A representante do México, Francisca Méndez, afirmou nesta quinta-feira antes da votação que "nem toda expressão crítica das religiões constitui em si mesma uma incitação à violência e à discriminação".

Em 28 de junho, um refugiado iraquiano na Suécia queimou algumas páginas de um Alcorão diante da maior mesquita de Estocolmo, um ato autorizado pela polícia.

X.Fitzpatrick--NG