Nottingham Guardian - Pena de 16 anos de prisão para seis sindicalistas na Venezuela será recorrida

Pena de 16 anos de prisão para seis sindicalistas na Venezuela será recorrida
Pena de 16 anos de prisão para seis sindicalistas na Venezuela será recorrida / foto: Federico PARRA - AFP

Pena de 16 anos de prisão para seis sindicalistas na Venezuela será recorrida

“Defender direitos não é terrorismo!”, gritavam nesta quinta-feira (24) manifestantes que exigiam a liberdade de seis sindicalistas condenados a 16 anos de prisão na Venezuela acusados de “conspiração”, assim como de outros ativistas presos no país.

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A sentença de 1º de agosto contra Reynaldo Cortés, Alfonzo Meléndez, Alcides Bracho, Néstor Astudillo, Gabriel Blanco e Emilio Negrín será recorrida "em breve", informou à imprensa Yorbelis Oropeza, esposa de Bracho, durante a manifestação em frente à sede do Ministério Público (MP) em Caracas.

“Solicitamos o fim dos procedimentos judiciais” que buscam “restringir a liberdade sindical, incluindo a submissão de civis à justiça militar”, disse Oropeza ao ler um documento entregue ao MP.

O texto pede “a libertação imediata de todos os defensores e defensoras de direitos trabalhistas que permanecem detidos por exercer a atividade sindical”.

Os seis líderes sindicais foram presos em julho de 2022, quando o país caribenho vivia protestos que exigiam aumentos salariais e melhorias nas condições trabalhistas do setor público. Eles foram acusados de “conspiração” e “associação criminosa”.

O salário mínimo na Venezuela equivale a menos de 5 dólares mensais (R$ 23,41 na cotação atual), complementado por auxílios estatais de aproximadamente 65 dólares (R$ 317,30). Já a cesta básica ultrapassa os 500 dólares (R$ 2.440,80), segundo estimativas privadas.

O procurador-geral, Tarek William Saab, defendeu o processo judicial: "Por que dar a aparência de líderes sindicais a pessoas que foram detidas por atividades conspiratórias?"

Saab vinculou os condenados a um "militar desertor e fugitivo na Colômbia", Angelo Heredia, capitão da Guarda Nacional que escapou em 2019 de uma prisão militar, onde estava detido desde 2017 por rebelião.

Devido a esse caso, especialistas da ONU consideraram que a Venezuela faz um "uso crônico" de leis antiterrorismo "contra aqueles que defendem os direitos dos trabalhadores".

R.Ryan--NG