Nottingham Guardian - Sobrevoos de drones dos EUA no México são 'colaboração' antiga, diz presidente

Sobrevoos de drones dos EUA no México são 'colaboração' antiga, diz presidente
Sobrevoos de drones dos EUA no México são 'colaboração' antiga, diz presidente / foto: Yuri CORTEZ - AFP/Arquivos

Sobrevoos de drones dos EUA no México são 'colaboração' antiga, diz presidente

Os sobrevoos de drones dos Estados Unidos em território mexicano fazem parte de uma colaboração de anos entre os dois países, disse, nesta quarta-feira (19), a presidente Claudia Sheinbaum, depois que veículos de imprensa americanos registraram um aumento da vigilância aérea sobre cartéis do narcotráfico.

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"Não há nada de ilegal, o que há é uma colaboração e uma cooperação que tem muitíssimos anos, não é de agora", assegurou a presidente em sua coletiva de imprensa habitual.

"Muitas vezes é a pedido, ou melhor, todas as vezes é a pedido do governo do México", disse a presidente.

De acordo com o jornal The New York Times, Washington intensificou os sobrevoos secretos de drones no México em busca de laboratórios de fentanil, como parte da campanha do presidente americano, Donald Trump, contra os cartéis das drogas.

A Agência Central de Inteligência (CIA) não foi autorizada a empregar os drones em ações letais e toda informação coletada é compartilhada com funcionários mexicanos, acrescentou o jornal, destacando que o programa secreto começou durante o mandato do antecessor de Trump, Joe Biden, mas não tinha sido revelado até agora.

Na semana passada, o governo do México informou que uma aeronave militar dos Estados Unidos pode ter realizado trabalhos de espionagem durante voos recentes perto de seu território.

E acrescentou que estava a par de dois voos da aeronave, realizados no fim de janeiro e começo de fevereiro, que ocorreram, segundo o secretário da Defesa, Ricardo Trevilla, no espaço aéreo internacional.

- Reforço no combate às drogas -

Em 1º de fevereiro, Trump impôs tarifas alfandegárias de 25% ao México e ao Canadá, seus parceiros no tratado comercial T-MEC e aos quais acusa de não fazer o suficiente contra a imigração irregular e o tráfico de fentanil.

O presidente americano adiou em seguida a entrada em vigor da medida até o começo de março, depois que os dois países se comprometeram a atender seus apelos. O México mobilizou 10 mil militares para a fronteira de 3.100 km que divide com os Estados Unidos.

Desde então, o governo de Sheinbaum multiplicou os anúncios sobre detenções de traficantes e apreensão de entorpecentes.

Na terça, forças de segurança mexicanas apreenderam 4.700 litros de metanfetamina líquida na cidade de Culiacán, em Sinaloa (noroeste), reduto do cartel de mesmo nome, o que foi qualificado pelo governo como "a maior" apreensão da atual administração.

Pouco após tomar posse, Trump assinou um decreto que deu início a um processo para declarar os cartéis mexicanos como organizações terroristas.

Nesta terça, o republicano afirmou que tem "uma relação muito boa com o México", mas que "está em grande parte controlado pelos cartéis".

"Não concordamos", respondeu Sheinbaum nesta quarta.

F.Coineagan --NG