Nottingham Guardian - ONU encerra com sucesso transferência de petróleo de navio encalhado no Iêmen

ONU encerra com sucesso transferência de petróleo de navio encalhado no Iêmen
ONU encerra com sucesso transferência de petróleo de navio encalhado no Iêmen / foto: Sylvie HUSSON, Sabrina BLANCHARD - AFP

ONU encerra com sucesso transferência de petróleo de navio encalhado no Iêmen

A ONU anunciou, nesta sexta-feira (11), ter concluído a transferência de uma quantidade de petróleo equivalente a mais de um milhão de barris de um navio encalhado perto da costa do Iêmen e que representava um perigo ambiental.

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Em um comunicado, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, comemorou "as notícias de que a transferência de um navio para outro terminou hoje (sexta-feira), evitando, assim, uma monumental catástrofe humanitária e ambiental".

No final de julho, teve início a transferência de petróleo da embarcação "FSO Safer", um navio que, desde a década de 1980, estava atracado em frente ao estratégico porto de Hodeida (oeste), controlado por rebeldes houthis. Sua manutenção foi interrompida em 2015, devido ao conflito no Iêmen.

O óleo foi transferido para o "Nautica", embarcação adquirida pela ONU em março.

A conclusão desta tarefa "acaba com a ameaça iminente e imediata" representada por este petroleiro, "que poderia se romper, ou explodir no Mar Vermelho", afirmou o diretor do Programa para Desenvolvimento da ONU, Achim Steiner, ressaltando que esta era uma "etapa essencial".

No entanto, o "FSO Safer" ainda representa um problema ambiental, devido aos resíduos de petróleo que ficaram em seu interior.

A ONU já havia alertado que, uma vez finalizada esta operação, iniciaria outra para limpar os tanques e preparar o petroleiro para o desmantelamento. Essa segunda etapa, segundo Steiner, durará "entre duas e três semanas".

- Operação de mais de US$ 140 milhões -

O navio, que tem 47 anos, não recebe nenhum tipo de manutenção desde o início da guerra entre o governo do Iêmen, apoiado por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, e os rebeldes houthis, próximos ao Irã.

A ONU destinou US$ 143 milhões (R$ 699 milhões, na cotação atual) para financiar esta operação de transferência.

O custo econômico, no entanto, teria sido muito maior no caso de um derramamento de petróleo, que teria causado estragos na fauna e na flora, nas vilas de pescadores e nos principais portos iemenitas.

Devido à localização do "FSO Safer" no porto de Hodeida, um acidente ou vazamento de óleo também teria afetado a movimentação pelo Canal de Suez.

Quando a operação começou, em 25 de julho, os especialistas alertaram para os riscos, principalmente devido às altas temperaturas do verão e às minas marítimas plantadas naquela área.

Steiner lembrou que a própria ONU tinha um avião "a cerca de 90 minutos de voo" do local onde está o navio e estava pronto para lançar produtos químicos no mar para reduzir o impacto de um possível vazamento.

A guerra do Iêmen já custou centenas de milhares de vidas e causou uma das piores crises humanitárias do mundo.

K.Cairstiona--NG