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Ameaças de Trump tornam mais urgente reforma econômica da UE, diz ex-premiê italiano
As ameaças de uma guerra comercial com os Estados Unidos fazem com que uma reforma profunda da economia da UE seja ainda mais urgente, avaliou, nesta terça-feira (18), o ex-primeiro-ministro italiano Mario Draghi, autor de um informe considerado uma referência sobre o tema.
"A sensação de urgência de fazer uma mudança radical, que o informe defendeu, se tornou ainda maior", disse Draghi ao Parlamento Europeu.
O informe, apresentado em setembro do ano passado com o título "O futuro da competitividade europeia", traça um panorama avassalador sobre a estagnação da economia do bloco.
O documento se tornou a base das prioridades econômicas com as quais a UE espera "reiniciar o motor" da inovação das empresas e a vitalidade do mercado.
Nesta terça, Draghi - que também presidiu o Banco Central Europeu (BCE) - afirmou que quando escreveu o informe, "o principal tema geopolítico era o crescimento da China", mas advertiu que este cenário mudou dramaticamente.
"Agora, a UE enfrentará tarifas alfandegárias da nova administração americana nos próximos meses - provavelmente nas próximas semanas -, que afetarão nosso acesso ao maior mercado das nossas exportações", disse.
O presidente americano, Donald Trump, já voltou a impor tarifas alfandegárias de 25% às importações de aço e alumínio, e agora pretende adotar uma política geral de tarifas recíprocas em seu comércio exterior.
O ex-primeiro-ministro italiano alertou que tarifas mais elevadas cobradas pelos Estados Unidos à China poderão resultar em uma enxurrada de produtos chineses na Europa, sem que as empresas do bloco consigam competir com preços mais baixos.
Draghi também disse perante o Parlamento Europeu que Washington poderia desencadear políticas para atrair empresas europeias a produzir nos Estados Unidos, "baseadas em impostos mais baixos, energia mais barata e desregulamentação".
W.Murphy--NG