Nottingham Guardian - Vaias contra ucraniana Marta Kostyuk marcam abertura do torneio de Roland Garros

Vaias contra ucraniana Marta Kostyuk marcam abertura do torneio de Roland Garros
Vaias contra ucraniana Marta Kostyuk marcam abertura do torneio de Roland Garros / foto: Thomas SAMSON - AFP

Vaias contra ucraniana Marta Kostyuk marcam abertura do torneio de Roland Garros

As vaias contra a tenista ucraniana Marta Kostyuk, que se recusou a cumprimentar a bielorrussa Aryna Sabalenka, marcaram a abertura do torneio de Roland Garros neste domingo (28), que teve a vitória suada do grego Stefanos Tsitsipas sobre o tcheco Jiri.

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Depois de perder por 2 sets a 0 no primeiro jogo do torneio da quadra Philippe Chatrier, Kostyuk ouviu as vaias do público por se recusar a cumprimentar Sabalenka

- 'Vergonha!' -

A bielorrussa não entendeu o que estava acontecendo e dedicou uma irônica reverência aos espectadores achando que as vaias eram para ela. Após conversar com seu staff, mudou de ideia e agradeceu o apoio.

Mas na coletiva de imprensa, a tensão continuou.

"Não entendi o que estava acontecendo. Nós sabemos que as ucranianas não querem nos cumprimentar, mas para o público foi uma surpresa. Eles entenderam como uma falta de respeito. Sinto muito que isso tenha acontecido", disse Sabalenka.

Kostyuk, muito crítica à postura do circuito em relação à guerra na Ucrânia, dirigiu duras palavras aos espectadores que a vaiaram.

"Essas pessoas deveriam sentir vergonha! Quero ver a reação delas daqui a dez anos, quando a guerra estiver terminada. Acho que não vão ficar satisfeitas consigo mesmas quando voltarem a pensar no que fizeram", disse a jogadora de 20 anos.

"Eu tinha dito que não cumprimentaria e não sei por que pensaram que eu iria mudar de opinião", acrescentou.

Sabalenka quis deixar clara sua postura: "Já disse várias vezes, nem os atletas bielorrussos, nem os russos, apoiam a guerra. Como é possível apoiar a guerra? Absolutamente não. Se pudéssemos terminá-la, faríamos isso imediatamente".

Mas Kostyuk considerou essas palavras insuficientes: "Acho que vocês tinham que mudar as perguntas. A guerra está aí, há 15 meses. Acho que deveriam perguntar: 'Quem deve ganhar a guerra?'. Se fizerem esta pergunta, não sei se estas pessoas diriam que querem que a Ucrânia ganhe a guerra".

"Depois do torneio, Sabalenka provavelmente será a número 1 do mundo de um dos esportes mais conhecidos. Se ela tomar a palavra, pode enviar uma mensagem. Ela não assume sua responsabilidade e por isso eu não a respeito", acrescentou a ucraniana.

- Tsitsipas sofre para vencer -

No masculino, o grego Stefano Tsitsipas sofreu para avançar à segunda rodada, com uma vitória suada sobre o tcheco Jiri Vesely.

Tsitsipas acordou a tempo no jogo e, depois de salvar quatro set points no quarto set, venceu por 7-5, 6-3, 4-6 e 7-6 (9/7).

"Foi bastante estressante, mas eu disse: 'nenhuma chance de jogarmos o quinto set'. Não vou mentir, ele dificultou muito para mim", explicou o grego depois da partida.

Na segunda rodada, Tsitsipas vai enfrentar o espanhol Roberto Carballés Baena, que passou pelo americano Emilio Nava por 3 sets a 0.

Entre as mulheres, a grande surpresa do dia foi a eliminação da grega Maria Sakkari, semifinalista em 2021.

Sakkari foi derrotada pela russa Karolina Muchova por 2 sets a 0, parciais de 7-6 (7/5) e 7-5.

Na próxima fase, Muchova terá pela frente a argentina Nadia Podoroska, semifinalista em 2020, que na estreia atropelou a francesa Jessika Ponchet (6-0 e 6-2).

W.P.Walsh--NG