Venezuela pede 'garantias' para enviar aviões para migrantes retidos entre Chile e Peru
A Venezuela pediu "garantias" para enviar aviões de sua companhia aérea estatal para trazer de volta ao país migrantes venezuelanos retidos na fronteira entre o Chile e o Peru, anunciou neste sábado (29) o ministro das Relações Exteriores, Yván Gil.
"Em relação à situação dos migrantes venezuelanos retidos na fronteira entre o Chile e o Peru, entramos em contato com os dois Ministérios das Relações Exteriores e solicitamos plenas garantias e respeito aos direitos humanos de nossos compatriotas", escreveu Gil no Twitter.
"Mesmo assim, solicitamos garantias para que nossos aviões" da estatal Conviasa "possam pousar e decolar na área, e serem abastecidos de combustível", com o objetivo de transferir esses migrantes "sãos e seguros" de volta à Venezuela, acrescentou.
Alegando falta de documentação, o Peru impede a passagem de centenas de pessoas, em sua maioria haitianos, venezuelanos, colombianos e equatorianos, que deixaram o Chile nas últimas duas semanas devido ao reforço dos controles migratórios.
O governo peruano declarou suas fronteiras em "estado de emergência" na quarta-feira por 60 dias e ordenou o envio de soldados para reforçar a vigilância. O ministro do Interior, Vicente Romero, disse na sexta-feira que a possibilidade de abrir um "corredor humanitário" está sendo avaliada.
A Venezuela, um país de 30 milhões de habitantes, viu mais de 7 milhões de pessoas deixarem seu território devido à grave crise que atravessa, segundo as Nações Unidas.
O Peru tem sido um dos principais países de acolhimento desses migrantes, segundo dados da ONU (1,5 milhão), atrás apenas da Colômbia (2,4 milhões).
O governo de Nicolás Maduro, que afirma que o número é bem menor, lançou um programa de repatriação de migrantes com o uso de aeronaves da Conviasa.
Y.Byrne--NG