Nottingham Guardian - Grupos russos que lutam ao lado da Ucrânia comemoram 'sucesso' de incursão fronteiriça

Grupos russos que lutam ao lado da Ucrânia comemoram 'sucesso' de incursão fronteiriça
Grupos russos que lutam ao lado da Ucrânia comemoram 'sucesso' de incursão fronteiriça / foto: SERGEY BOBOK - AFP

Grupos russos que lutam ao lado da Ucrânia comemoram 'sucesso' de incursão fronteiriça

Duas organizações de cidadãos russos que combatem pelo lado da Ucrânia comemoraram, nesta quarta-feira (24), o "sucesso" de uma incursão arriscada de suas células realizada esta semana em território russo, que, segundo eles, evidencia a falta de preparação das tropas de Moscou.

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Só o fato de essas células de terem conseguido entrar na Rússia e retornar à Ucrânia já "pode ser considerado um sucesso", afirmou Denis Kapustin, fundador do Corpo de Voluntários Russos, em declarações aos jornalistas perto da fronteira, no norte da Ucrânia.

Na segunda-feira, a Rússia denunciou a incursão de "um grupo de sabotadores" procedente da Ucrânia na região de Belgorod, o maior incidente deste tipo desde o início da guerra em fevereiro de 2022.

A ação dessas células foi concomitante a bombardeios ucranianos que deixaram um morto e 13 feridos em vilarejos russos, segundo as autoridades locais.

"A operação está em curso. Envolve várias fases", disse Kapustin, uma figura que ganhou fama nos círculos de hooliganismo e extrema direita da Rússia e que se instalou na Ucrânia antes da guerra, onde organizava competições de MMA (Artes Marciais Mistas) e tinha uma marca de roupa.

Esse tipo de ação, segundo Kapustin, obriga o Exército russo a destacar um "grande número" de efetivos, enfraquecendo assim outras partes da fronteira e da linha de frente.

"Caesar", porta-voz da Legião Liberdade da Rússia, outro grupo que afirmou ter participado da incursão, classificou a operação como uma ação "incrível" e posou diante de um blindado que, segundo ele, é um "troféu" capturado das tropas russas.

O dissidente é oriundo de São Petersburgo e foi identificado por jornais investigativos russos como membro da esfera imperialista e nacionalista da extrema direita do país.

Por volta de 30 combatentes participaram do encontro com os jornalistas, afirmando que tinham passado cerca de 24 horas em território russo e que retornaram à Ucrânia na madrugada desta quarta.

Na terça-feira, a Rússia afirmou que havia "esmagado" com sua força aérea e sua artilharia uma célula que atacou a região de Belgorod, eliminando "mais de 70 terroristas ucranianos".

Os membros do grupo, por outro lado, afirmam que houve apenas dois feridos em suas fileiras.

Os milicianos se definem como "conservadores e tradicionalistas de direita", mas alguns deles chegaram a se assumir como neonazistas em outros tempos.

Segundo Kapustin, a reação de Moscou mostra que "a liderança militar e política da Rússia não está minimamente preparada" para enfrentar ações similares.

"Quero mostrar [aos russos] que é possível lutar contra os tiranos e que o poder de [o presidente russo Vladimir] Putin não é ilimitado", ressaltou.

A Ucrânia, por sua vez, negou qualquer envolvimento nesta incursão.

As autoridades de Kiev "nos incentivam", afirmou Kapustin, que, no entanto, frisou que elas não abastecem seus homens com armas ou equipamentos.

As autoridades da Rússia divulgaram imagens dos veículos que teriam sido capturados das células dissidentes, identificados pelo jornal New York Times como blindados MRAP americanos.

A Ucrânia recebeu mais de 500 desses blindados de Washington, mas "Caesar" garante que comprou os seus "em lojas de material bélico".

W.Prendergast--NG