Nottingham Guardian - Petro acusa Rússia de 'violar protocolos da guerra' após bombardeio na Ucrânia

Petro acusa Rússia de 'violar protocolos da guerra' após bombardeio na Ucrânia
Petro acusa Rússia de 'violar protocolos da guerra' após bombardeio na Ucrânia / foto: Juan BARRETO - AFP

Petro acusa Rússia de 'violar protocolos da guerra' após bombardeio na Ucrânia

O presidente colombiano, Gustavo Petro, acusou a Rússia, nesta quarta-feira (28), de "violar os protocolos de guerra" após um ataque contra civis em um restaurante no leste da Ucrânia, que deixou dez mortos e três cidadãos colombianos feridos, incluindo o escritor Héctor Abad Faciolince.

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"A Rússia atacou três civis colombianos indefesos", tuitou Petro, que até o momento tinha se abstido de condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Na terça-feira, Abad estava em uma pizzaria de Kramatorsk com o ex-delegado de paz Sergio Jaramillo, negociador no processo que levou ao desarmamento da guerrilha das Farc em 2017, e a jornalista Catalina Gómez, quando o estabelecimento foi atingido por um míssil.

Nas redes sociais, os dois primeiros informaram que ficaram feridos. Fotos mostram o escritor com as roupas sujas e Jaramillo com sangue em um dos braços e uma faixa em uma das pernas.

A escritora ucraniana Victoria Amelina também estava com o grupo. Segundo eles, Amelina "se encontra em estado crítico por uma lesão no crânio, provavelmente por causa dos vidros e das vigas que explodiram".

Petro ordenou ao Ministério das Relações Exteriores enviar uma "nota diplomática de protesto" à Rússia pelo bombardeio e disse esperar que os três colombianos voltem ao país "sãos e salvos".

Abad e Jaramillo viajaram para a Ucrânia em meio a uma campanha independente para "expressar a solidariedade da América Latina frente à bárbara e ilegal invasão russa".

Gómez é correspondente de vários veículos colombianos e internacionais, como a France 24.

Esta é a primeira vez que Petro repudia publicamente a operação militar do presidente russo, Vladimir Putin. O colombiano se diz partidário de uma "solução pacífica" para o conflito iniciado em fevereiro do ano passado. Ele também se negou a enviar armas em apoio à Ucrânia.

Mais cedo, o Ministério de Relações Exteriores da Colômbia comunicou sua "condenação mais enérgica" ao bombardeio, que matou sete adultos e três menores.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou, nesta quarta, a participação de seu país no ataque.

"A Rússia não ataca infraestruturas civis, ataca instalações ligadas de uma forma ou de outra a infraestruturas militares", disse.

O míssil destruiu o restaurante, muito popular entre soldados, comunicadores e pessoal humanitário nesta cidade ucraniana, o último grande centro urbano sob controle de Kiev no leste do país.

Antes da guerra, a cidade tinha cerca de 150.000 habitantes.

Segundo os socorristas, as operações de resgate continuam em meio aos escombros.

L.Boyle--NG