Nottingham Guardian - Chefe da diplomacia da UE pede 'cessar-fogo imediato' entre Israel e Hezbollah no Líbano

Chefe da diplomacia da UE pede 'cessar-fogo imediato' entre Israel e Hezbollah no Líbano
Chefe da diplomacia da UE pede 'cessar-fogo imediato' entre Israel e Hezbollah no Líbano / foto: - - LEBANESE PARLIAMENT/AFP

Chefe da diplomacia da UE pede 'cessar-fogo imediato' entre Israel e Hezbollah no Líbano

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, urgiu, neste domingo (24), em Beirute, um "cessar-fogo imediato" entre Israel e o movimento libanês Hezbollah que, segundo o exército israelense, disparou 160 projéteis contra seu território.

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Um dia depois dos bombardeios israelenses mortais no coração de Beirute, o Hezbollah pró-iraniano informou ter lançado vários ataques com drones e mísseis contra uma base naval no sul de Israel e contra um alvo militar em Tel Aviv.

Sirenes de alerta soaram em várias regiões de Israel, entre elas o subúrbio de Tel Aviv, informou o exército, que reportou 160 projéteis disparados a partir do Líbano, alguns dos quais foram interceptados.

Imagens da AFPTV mostraram os danos causados por um bombardeio, neste domingo, no sul de Beirute, reduto do Hezbollah, horas depois de o exército israelense pedir a evacuação da área. Veículos de imprensa estatais libaneses noticiaram dois bombardeios israelenses.

"Só vemos um caminho possível: um cessar-fogo imediato e a plena aplicação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", declarou Borrell após se reunir com o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, e o primeiro-ministro, Najib Mikati.

A resolução da ONU pôs fim à guerra anterior entre Israel e Hezbollah em 2006, e estabelece que só o exército libanês e os capacetes azuis da ONU podem estar na fronteira sul do Líbano, o que implica na retirada do grupo xiita e dos soldados israelenses da região.

Israel busca pôr fim aos disparos de foguetes do Hezbollah contra seu território, iniciados há mais de um ano em apoio ao movimento islamista palestino Hamas, em Gaza.

Depois de quase um ano de hostilidades, o exército israelense lançou uma campanha de bombardeios contra redutos do Hezbollah, em 23 de setembro. Uma semana depois, iniciou operações terrestres no sul do país.

- "À beira do colapso" -

O objetivo declarado de Israel é permitir o retorno dos 60.000 deslocados do norte do país pelas trocas de tiros com o Hezbollah.

"Vim em setembro e esperava que se pudesse impedir uma guerra aberta de Israel contra o Líbano. Dois meses depois, o Líbano está à beira do colapso", disse Borrell a jornalistas.

"Devemos pressionar o governo israelense e manter a pressão sobre o Hezbollah para que aceite a proposta americana de cessar-fogo", acrescentou.

O diplomata anunciou, ainda, que a União Europeia estava disposta a fornecer 200 milhões de euros (1,2 bilhão de reais) ao exército libanês, cuja grande mobilização ao longo da fronteira com Israel constitui um ponto-chave nas negociações de trégua.

A proposta de Washington, de 13 pontos, prevê uma trégua de 60 dias juntamente com o destacamento do exército no sul do Líbano. A proposta foi debatida esta semana pelo emissário americano Amos Hochstein, que viajou aos dois países afetados.

Mas nenhum resultado foi anunciado desde então e a frequência dos bombardeios israelenses contra os redutos do Hezbollah se intensificou.

O exército libanês, que não está implicado na guerra, anunciou, neste domingo, que um de seus soldados morreu e que outros 18 ficaram feridos em um bombardeio israelense contra suas posições no sul do país.

"O ataque direto do inimigo israelense contra uma posição do exército [libanês] é uma mensagem direta e sangrenta de repúdio a todos os esforços para alcançar um cessar-fogo", denunciou Mikati.

- Ao menos 11 mortos em Gaza -

Paralelamente à sua guerra contra o Hezbollah no Líbano, Israel prometeu aniquilar o Hamas na Faixa de Gaza. O movimento islamista palestino desencadeou o conflito, após a incursão letal de seus milicianos no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.

Combatentes islamistas mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, e sequestraram outras 251, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses, que incluem as mortes de alguns reféns levados pelo Hamas.

Dos 251 sequestrados, 97 permanecem em cativeiro em Gaza, mas o exército israelense estima que 34 tenham morrido.

A ofensiva de Israel em represália custou a vida de pelo menos 44.211 pessoas em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Neste domingo, ao menos 11 palestinos morreram em bombardeios israelenses em Gaza, segundo a agência de Defesa Civil.

O diretor do hospital Kamel Adwan, Hossam Abu Safiyeh, ficou gravemente ferido em um ataque noturno contra o prédio do centro de saúde no norte do território palestino, segundo a mesma fonte.

L.Boyle--NG