Nottingham Guardian - África do Sul 'não se deixará intimidar', diz presidente após críticas dos EUA

África do Sul 'não se deixará intimidar', diz presidente após críticas dos EUA
África do Sul 'não se deixará intimidar', diz presidente após críticas dos EUA / foto: Rodger Bosch - AFP

África do Sul 'não se deixará intimidar', diz presidente após críticas dos EUA

A África do Sul "não se deixará intimidar", alertou, nesta quinta-feira (6), o presidente Cyril Ramaphosa durante seu discurso anual sobre o Estado da Nação, depois das múltiplas críticas do governo de Donald Trump nos Estados Unidos.

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"Não nos deixaremos desanimar. Como sul-africanos, somos um povo resiliente. E não nos deixaremos intimidar", declarou o chefe de Estado aos deputados sul-africanos reunidos na Cidade do Cabo para este discurso, que marca o início do ano parlamentar.

Embora o presidente da maior economia da África não tenha mencionado especificamente os Estados Unidos, sua intervenção se seguiu à observação, segundo ele, do "aumento do nacionalismo, do protecionismo, da perseguição de interesses de segurança e do declínio da solidariedade".

Os Estados Unidos decretaram esta semana a entrada em vigor de novas tarifas alfandegárias contra a China e concederam moratória ao México e ao Canadá, que também enfrentam a ameaça de novas taxações.

No domingo, Trump acusou a África do Sul em sua rede social, Truth Social, de "confiscar" terras e afirmou que o país "trata MUITO MAL certas categorias de pessoas".

"Cortarei todo financiamento futuro à África do Sul até que se tenha concluído uma investigação completa desta situação!", acrescentou o chefe de Estado americano.

Ramaphosa assinou uma lei que estipula que o governo pode, em algumas circunstâncias, oferecer "zero compensação" pelas propriedades que decidir confiscar por razões de interesse público.

A propriedade de terras é um tema complexo na África do Sul, já que a maioria das terras de cultivo seguem nas mãos de pessoas brancas, após décadas do fim do apartheid e o governo sofre pressão para implementar reformas.

O bilionário Elon Musk, que nasceu na África do Sul e que é um assessor próximo do presidente americano, acusou seu país natal de ter "leis sobre a propriedade abertamente racistas".

As críticas continuaram e o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, anunciou que não assistiria a uma reunião de chanceleres do G20, em Johannesburgo, em 20 e 21 de fevereiro, pois acusou a África do Sul de ter uma agenda "anti-americana".

R.Ryan--NG