Nottingham Guardian - EUA pede desconfiança dos 'regimes autoritários' durante cúpula da IA em Paris

EUA pede desconfiança dos 'regimes autoritários' durante cúpula da IA em Paris
EUA pede desconfiança dos 'regimes autoritários' durante cúpula da IA em Paris / foto: Thomas SAMSON - AFP

EUA pede desconfiança dos 'regimes autoritários' durante cúpula da IA em Paris

O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, alertou em uma cúpula sobre inteligência artificial, nesta terça-feira (11), que seria um erro se aliar a "regimes autoritários" para desenvolver essa tecnologia revolucionária, em uma mensagem clara à China.

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Vance também alertou sobre a "regulamentação excessiva" do setor, que atrai investimentos bilionários e, ao mesmo tempo, fez outro alerta sobre a proliferação de imagens ou notícias falsas, assim como os golpes financeiros que prejudicam os usuários.

A cúpula da IA de Paris, a terceira realizada em dois anos, mostrou três abordagens diferentes para o fenômeno: os Estados Unidos a favor da "criatividade desenfreada"; a Índia como a voz do Sul global, pedindo que os países pobres não sejam esquecidos, e a Europa anunciando investimentos para não ficar para trás na corrida.

- "Acorrentar-se a um mestre" -

"Faremos tudo o que pudermos para promover políticas que fomentem o crescimento da IA", disse Vance em seu discurso a centenas de líderes, incluindo os copresidentes da reunião: o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente francês, Emmanuel Macron.

"Os Estados Unidos são líderes em IA" e o governo do presidente americano, Donald Trump, "pretende que permaneça assim", acrescentou.

Enquanto os Estados Unidos e a China competem no campo da IA, o político republicano também alertou a comunidade internacional contra acordos com "regimes autoritários".

"Associar-se a eles significa acorrentar sua nação a um mestre autoritário que busca se infiltrar, se estabelecer e assumir o controle de sua infraestrutura de informações", alertou Vance, que deu o exemplo de exportações "altamente subsidiadas", como a tecnologia 5G da China.

O vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Guoqing, que estava presente nos debates, não falou na sessão plenária.

- Garantir o acesso do Sul -

"A IA pode ajudar a transformar milhões de vidas por meio de melhorias na saúde, educação, agricultura e muito mais", disse Modi.

Mas governar essa IA também significa "garantir acesso para todos, especialmente no Sul Global", alertou.

"Embora o potencial positivo da IA seja simplesmente extraordinário, há muitos preconceitos que não podemos ignorar", acrescentou o primeiro-ministro indiano.

O desafio é "abraçar transformações tecnológicas formidáveis (...) e fazê-lo ao mesmo tempo para o benefício de toda a humanidade", explicou o presidente francês e coanfitrião do evento, Emmanuel Macron, no Grand Palais.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE pretende, em parceria com o setor privado, investir cerca de 200 bilhões de euros (206 bilhões de dólares ou 1,1 trilhão de reais) no setor.

Embora o objetivo desta cúpula seja assinar uma declaração comum, as divergências entre os blocos e as próprias empresas líderes são evidentes, em meio a um frenesi de descobertas, como o recente chatbot chinês DeepSeek, e investimentos bilionários.

A oferta mais recente, segundo o Wall Street Journal, é a proposta do dono da rede social X e da Tesla, Elon Musk, para comprar a OpenAI, pioneira da IA, por 97,4 bilhões de dólares (563 bilhões de reais).

O CEO da OpenAI, Sam Altman, que abriu as portas da IA ao grande público com o ChatGPT no final de 2022 e iniciou os investimentos no setor ao lado de Musk, respondeu com ironia.

"Não, obrigado, mas se quiser, podemos comprar o Twitter (antigo nome do X) por 9,74 bilhões de dólares" (56 bilhões de reais), reagiu Altman.

S.Dennehy--NG