Nottingham Guardian - Gabinete de segurança de Israel examinará próxima fase da trégua em Gaza

Gabinete de segurança de Israel examinará próxima fase da trégua em Gaza
Gabinete de segurança de Israel examinará próxima fase da trégua em Gaza / foto: Evelyn Hockstein - POOL/AFP

Gabinete de segurança de Israel examinará próxima fase da trégua em Gaza

O gabinete de segurança israelense se reunirá nesta segunda-feira (17) para discutir a próxima fase do cessar-fogo em Gaza, antes de enviar seus negociadores ao Cairo, após a visita do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, a Israel.

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O secretário de Estado americano, que desembarcou nesta segunda-feira na Arábia Saudita para prosseguir com sua primeira viagem pelo Oriente Médio, destacou uma frente unida com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contra seus inimigos comuns.

Rubio insistiu no domingo que o "Hamas (...) deve ser eliminado", enquanto o governante israelense advertiu que abrirá "as portas do inferno" ao movimento islamista e que seu país "terminará o trabalho" contra o Irã.

Teerã condenou a declaração nesta segunda-feira. "Ameaçar os outros constitui uma violação flagrante do direito internacional", declarou o porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baqai.

Após o encontro entre Netanyahu e Rubio, o gabinete do primeiro-ministro anunciou uma reunião do gabinete de segurança nesta segunda-feira para abordar a segunda fase do acordo de cessar-fogo com o Hamas.

Também anunciou o envio de uma equipe de negociação ao Cairo no mesmo dia "para discutir a continuidade da implementação da primeira fase do acordo".

- Segunda fase incerta -

A primeira fase da trégua, negociada com mediação do Catar, Egito e Estados Unidos, entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra, e permitiu a libertação até o momento de 19 reféns israelenses e 1.134 palestinos.

O acordo prevê que 33 reféns sejam libertados durante a etapa, em troca de 1.900 prisioneiros palestinos.

A segunda fase deve permitir o retorno de todos os reféns e o fim definitivo da guerra, mas sua implementação é incerta porque as negociações ainda não começaram.

A terceira e última etapa será dedicada à reconstrução da Faixa de Gaza, para a qual a ONU calcula que serão necessários mais de 53 bilhões de dólares (302 bilhões de reais).

O conflito começou em 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas no sul de Israel que deixou 1.211 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Os islamistas também sequestraram 251 pessoas durante o ataque, das quais 70 permanecem em Gaza, mas 35 delas mortas, segundo o Exército israelense.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva implacável em Gaza, que deixou pelo menos 48.271 mortos, segundo os dados do Ministério da Saúde do território - governado pelo Hamas -, que a ONU considera confiáveis.

- O futuro de Gaza -

A trégua sofreu um abalo durante a semana passada, depois que o Hamas ameaçou suspender a libertação dos reféns e Israel ameaçou retomar a guerra, com uma troca de acusações sobre violações do acordo.

Após os esforços do Catar e do Egito, no sábado o Hamas libertou três reféns israelenses e Israel libertou 369 prisioneiros palestinos, na sexta troca desde 19 de janeiro.

O acordo permanece, no entanto, frágil. O movimento islamista palestino, classificado como organização "terrorista" por Estados Unidos, Israel e União Europeia, acusou no domingo o Estado hebreu de "grave violação" após um ataque que matou três policiais em Gaza.

O Exército israelense afirmou que bombardeou "vários indivíduos armados".

Sobre o futuro do estreito território palestino, Netanyahu elogiou a ideia do presidente americano Donald Trump, que propôs assumir o controle de Gaza, deslocar seus 2,4 milhões de habitantes para o Egito e a Jordânia e transformar o local em um destino turístico de luxo como a Riviera Francesa.

"Nos esforçaremos para garantir que esta visão se torne realidade", declarou o primeiro-ministro.

A proposta é celebrada em Israel, mas criticada de forma generalizada pela comunidade internacional, incluindo a Arábia Saudita, onde Marco Rubio planeja discutir a questão.

O governo dos Estados Unidos tenta impulsionar um acordo potencialmente histórico para que a Arábia Saudita reconheça Israel, mas o plano de Trump para Gaza complica o esforço.

Riad declarou em várias ocasiões que precisa ver avanços em direção a um Estado palestino antes de concretizar este passo.

Ch.Hutcheson--NG