Nottingham Guardian - Zelensky elogia 'resistência' ucraniana no terceiro aniversário da invasão russa

Zelensky elogia 'resistência' ucraniana no terceiro aniversário da invasão russa
Zelensky elogia 'resistência' ucraniana no terceiro aniversário da invasão russa / foto: Tetiana DZHAFAROVA - AFP

Zelensky elogia 'resistência' ucraniana no terceiro aniversário da invasão russa

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, elogiou nesta segunda-feira (24) os "três anos de resistência" ucraniana no aniversário da invasão russa, dia em que vários líderes estrangeiros visitam Kiev para reafirmar seu apoio ao país em uma reunião de cúpula.

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"Três anos de resistência. Três anos de gratidão. Três anos de absoluto heroísmo dos ucranianos", afirmou Zelensky nas redes sociais. Ele agradeceu "a todos que defendem e apoiam" seu país.

Para marcar o aniversário e reafirmar seu apoio, várias autoridades estrangeiras chegaram nesta segunda-feira a Kiev, incluindo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também viajou à capital ucraniana, assim como líderes dos países bálticos e escandinavos.

"Nesta luta pela sobrevivência, não está em jogo apenas o destino da Ucrânia. É o destino da Europa", declarou Von der Leyen.

Treze líderes em Kiev, além de outros 24 por videoconferência, participarão do encontro de cúpula, segundo Zelensky, que espera que a reunião represente "um ponto de virada".

Os europeus, enfraquecidos, tentam se mobilizar diante da ameaça russa e da mudança de posição dos Estados Unidos.

No dia 6 de março acontecerá uma cúpula europeia especial. Além disso, a UE anunciou nesta segunda-feira o 16º pacote de sanções contra a Rússia.

"Agora temos o conjunto de sanções mais extensos da história, enfraquecendo o esforço de guerra da Rússia", destacou na rede social X a chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas.

- "Capacidade de defesa europeia" -

O líder dos conservadores alemães, Friedrich Merz, que venceu as eleições parlamentares de domingo e deve formar o novo governo, pediu nesta segunda-feira que a Ucrânia seja incluída nas negociações para acabar com a guerra em seu território, no momento me que os Estados Unidos mantêm conversações diretas com a Rússia, sem a participação de Kiev.

"Para obter uma paz justa, o país atacado deve fazer parte das negociações de paz", afirmou, antes de destacar que a "Europa permanece firmemente ao lado da Ucrânia".

Merz destacou durante a campanha como "prioridade absoluta" a criação de uma "capacidade de defesa europeia autônoma" como alternativa à "Otan em sua forma atual".

O presidente americano Donald Trump adotou uma posição próxima da postura russa, responsabilizando a Ucrânia pelo início do conflito em 24 de fevereiro de 2022, e iniciou conversas com Moscou, sem a presença de Kiev ou dos países europeus.

Além disso, Trump insiste em recuperar o valor da ajuda prestada a Kiev desde o início do conflito por meio do acesso a recursos minerais ucranianos.

Zelensky afirmou que não assinará um acordo que será pago por "dez gerações de ucranianos".

A mudança de postura de Washington após três anos de apoio militar ininterrupto surpreendeu muitos ucranianos, que temem que o país seja forçado a aceitar concessões territoriais em troca de um cessar-fogo.

- "Nada a perder" -

Se o presidente ucraniano aceitar entregar à Rússia as regiões ocupadas atualmente, "os rapazes que agora lutam por nossa terra (...) não ouvirão Zelensky e nós continuaremos pressionando", adverte Oleksander, comandante de uma unidade da 93ª brigada.

Muitos homens já perderam "suas casas, famílias, filhos" e não têm mais "nada a perder", afirma o militar ucraniano.

No domingo, manifestações de apoio à Ucrânia foram organizadas em Paris, Praga e nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, estão previstas outras manifestações, em cidades como Londres e Sydney.

A Rússia não escondeu a satisfação desde que Trump rompeu o isolamento ocidental de Putin e abriu negociações bilaterais.

Moscou anunciou que no próximo final de semana acontecerá uma nova reunião entre diplomatas russos e americanos, após o encontro do chanceler Serguei Lavrov e seu homólogo Marco Rubio na Arábia Saudita em 18 de fevereiro.

Em um movimento repleto de indiretas, Washington apresentou à Assembleia Geral da ONU um projeto de resolução do conflito que não menciona a integridade territorial da Ucrânia.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu no domingo uma paz "justa", que respeite a "integridade territorial".

Na frente de batalha, um incêndio foi registrado na refinaria de petróleo de Ryazan, uma das maiores da Rússia, ao sul de Moscou, após um ataque de drones ucranianos, segundo as autoridades locais.

R.Ryan--NG