

'A bola está no campo de Israel', diz Hamas sobre a trégua em Gaza
"A bola está no campo de Israel", afirmou neste sábado (15) o movimento islamista Hamas, após sua oferta de libertar um refém israelense-americano e devolver os corpos de outros quatro, no âmbito das negociações sobre a continuidade da trégua em Gaza, uma proposta rejeitada por Israel e pelos Estados Unidos.
"Queremos consolidar o acordo de cessar-fogo e obrigar Israel a aplicar os termos", declarou à AFP um porta-voz do grupo palestino, Abdul Latif al Qanu, que acusou Israel de "atrasar" a implementação da trégua.
Ele também denunciou o bloqueio da ajuda humanitária na entrada da Faixa de Gaza desde 2 de março.
Um membro do gabinete político do Hamas, que falou sob a condição de anonimato, explicou que a proposta de libertar Edan Alexander, um soldado de 21 anos sequestrado durante o ataque de 7 de outubro de 2023 em Israel que desencadeou a guerra, e devolver os corpos de outros quatro reféns israelense-americanos, era parte de um "acordo especial".
O acordo incluiria, em troca, a libertação de palestinos detidos nas prisões israelenses, cujo número ainda deve ser negociado, segundo a fonte.
Desde a entrada em vigor da trégua em Gaza em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra, o Hamas libertou 33 reféns, incluindo oito mortos, e Israel libertou quase 1.800 prisioneiros palestinos.
A proposta de troca, no entanto, está condicionada à continuidade das negociações para a implementação da segunda fase da trégua, com um prazo máximo de 50 dias para alcançar resultados, indicou a fonte do Hamas.
A oferta também está condicionada à abertura imediata de todos os pontos de fronteira, permitindo a passagem de ajuda humanitária em Gaza, e à retirada do exército israelense do corredor de Filadélfia, acrescentou.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou na sexta-feira a "manipulação e guerra psicológica" do Hamas nas negociações indiretas que acontecem em Doha desde terça-feira.
Netanyahu deve se reunir no sábado à noite com ministros "para receber um relatório detalhado da equipe de negociadores e decidir os próximos passos para a libertação dos reféns", segundo o governo.
Cinquenta e oito 58 reféns permanecem retidos em Gaza, incluindo 34 que foram declarados mortos pelo exército israelense.
A.Kenneally--NG