Nottingham Guardian - Conferência mundial debate proposta do Brasil sobre impacto do tabaco no meio ambiente

Conferência mundial debate proposta do Brasil sobre impacto do tabaco no meio ambiente
Conferência mundial debate proposta do Brasil sobre impacto do tabaco no meio ambiente / foto: Jonathan Nackstrand - AFP/Arquivos

Conferência mundial debate proposta do Brasil sobre impacto do tabaco no meio ambiente

Uma proposta do Brasil sobre o manejo das bitucas de cigarros e outros resíduos do consumo de tabaco que contaminam o meio ambiente começou a ser debatida nesta quinta-feira (8) pelos delegados que participam de uma conferência mundial no Panamá.

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Representantes de mais de 180 países revisam desde a segunda-feira a aplicação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (FCTC, na sigla em inglês) da Organização Mundial da Saúde (OMS), em vigor desde 27 de fevereiro de 2005.

A proposta brasileira nesta décima conferência das partes (COP10) da FCTC refere-se principalmente à responsabilidade ambiental no manejo dos resíduos do tabaco e conta com o apoio de outros países latino-americanos, entre eles México, Equador e Panamá.

"Os governos, de uma maneira geral, olham mais para isso [os resíduos] como um problema dos países que têm plantações de tabaco, que são grandes produtores, mas não dos países que são consumidores", explicou à AFP a delegada brasileira Vera Luiza da Costa e Silva, que falou em espanhol.

"Uma das discussões bastante atuais é o que se descarta de bitucas de cigarros no meio ambiente, nos oceanos, nos mananciais de água, e como isso implica uma poluição do meio ambiente", acrescentou.

O tabaco não só causa danos à saúde, mas também ao planeta, ressaltou Vera Luiza, que dirige o escritório de implementação da Convenção-Quadro no Brasil.

"O que o Brasil quer é que se separe a discussão do meio ambiente da discussão sobre diversificação de cultivos, porque este é mais um problema dos países produtores e a questão do meio ambiente é para todos os países que têm consumidores" de tabaco, assinalou a delegada brasileira.

"A ideia é que comece uma coleta de evidências [sobre os danos causados pelos resíduos do tabaco] para que se possa, na próxima COP, tomar uma decisão com base na ciência", detalhou.

Calcula-se que o tabaco mate atualmente mais de oito milhões de pessoas por ano no mundo, incluindo 1,3 milhão de fumantes passivos expostos à fumaça, segundo a OMS, mas não há estudos globais sobre os danos ao meio ambiente.

Após a conclusão da COP10, neste sábado, começará a terceira conferência de seguimento do Protocolo para a Eliminação do Comércio Ilícito de Produtos do Tabaco (MOP3, vigente desde 2018), com participação de quase 70 países.

O.Somerville--NG