Nottingham Guardian - Especialistas radiografam violino para revelar segredos de Paganini

Especialistas radiografam violino para revelar segredos de Paganini
Especialistas radiografam violino para revelar segredos de Paganini / foto: Jean-Philippe Ksiazek - AFP

Especialistas radiografam violino para revelar segredos de Paganini

Um grupo de especialistas franceses realizou neste fim de semana uma análise com raios-x em um violino do século XVIII avaliado em milhões de euros, com a esperança de descobrir o segredo de seu som mágico, declararam os responsáveis pelo projeto nesta segunda-feira (11).

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O violino, chamado de "Il Cannone" (o canhão), era o favorito do famoso violinista e compositor Niccolò Paganini.

O músico italiano, oriundo de Gênova, o tocou durante décadas, antes de se tornar propriedade de sua cidade natal após sua morte em 1840.

Atualmente, esse instrumento, fabricado pelo luthier italiano Giuseppe Bartolomeo Guarneri del Gesù em 1743, só deixa o museu onde fica exposto de vez em quando para que seja tocado pelos violinistas mais virtuosos do mundo.

O Laboratório Europeu de Radiação Síncrotron (ESRF, na sigla em inglês), centro de pesquisa que conta com um acelerador de partículas em Grenoble - no sudeste da França -, escaneou o instrumento até a estrutura celular de sua madeira.

A ideia é criar um modelo 3D do violino, por dentro e por fora, sobre o qual seja possível fazer um zoom, até um micrômetro, ou seja, a milésima parte de um milímetro.

"O objetivo principal é a conservação", explicou Paul Tafforeau, do ESRF. "Se alguma vez algum defeito precisar ser reparado, teremos todos os detalhes."

Mas também esperam que a "análise não destrutiva" ajude a lançar alguma luz sobre seu som maravilhoso.

"É um instrumento excepcional em termos de qualidade sonora. [...] Com esses dados, esperamos compreender melhor por que", acrescentou Tafforeau.

A análise detalhada dos raios-x levará vários meses.

Luigi Paolasini, responsável pelo projeto no ESRF, afirmou que o violino foi segurado em 30 milhões de euros (R$ 163 milhões) para a viagem de Gênova a Grenoble.

N.Handrahan--NG